Blog acadêmico de temas bíblicos com ênfase nos Estudos Judaicos (na área bíblica).
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- Cláudia Andréa Prata Ferreira
- Rio de Janeiro, RJ, Brazil
- Cláudia Andréa Prata Ferreira é Professora Titular de Literaturas Hebraica e Judaica e Cultura Judaica - do Setor de Língua e Literatura Hebraicas do Departamento de Letras Orientais e Eslavas da Faculdade de Letras da UFRJ.
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domingo, 16 de setembro de 2018
Cântico dos Cânticos: a distribuição das falas destacando o protagonismo feminino
quarta-feira, 30 de setembro de 2015
terça-feira, 17 de dezembro de 2013
sexta-feira, 5 de abril de 2013
“El Cantar de los Cantares” es una colección de poemas de amor
quarta-feira, 5 de setembro de 2012
O ''não'' da mulher dos Cânticos ao rei Salomão
quarta-feira, 2 de novembro de 2011
Cântico dos Cânticos, um congresso em Veneza
IHU (01/11/2011): Cântico dos Cânticos, um congresso em Veneza: Durante três dias, do 3 ao 6 de novembro, em Veneza, o Cântico dos Cânticos será discutido em um congresso organizado pela Universidade Hebraica de Jerusalém, que colocará em debate estudiosos das religiões, filósofos e escritores para examinar o Cântico em todos os seus aspectos: literário/poético, místico, filosófico, e as relações com outras tradições em que o sexo pode ser um caminho para alcançar o êxtase espiritual (por exemplo, o budismo tântrico).
A reportagem é de Viviana Kasam, publicada no sítio Il Sole 24 Ore, 30-10-2011.
Nos seminários em inglês e em francês (não está prevista a tradução para o italiano), participarão Moshe Idel, considerado hoje o maior estudioso da Cabala, a escritora francesa Eliette Abécassis, os filósofos Ami Bouganim e Monique Canto-Sperber (que leciona na Ecole Normale Supérieure de Paris), Yair Zakovitch, um dos especialistas bíblicos mais citados, Marco Ceresa, professor de literatura chinesa e de estudos culturais da Ásia na Universidade Ca' Foscari de Veneza, Guy Stroumsa, professor de religião comparada da Universidade Hebraica de Jerusalém, o presidente da mesma universidade, Menachem Ben Sasson, especialista em hermenêutica bíblica, Clemence Boulouque, escritora especializada em Cabala e misticismo, e Haim Baharier, conhecido pelas suas vertiginosas lições de hermenêutica bíblica. E o jornalista Gad Lerner, que participará de um debate de grande atualidade, no domingo de manhã, sobre sexo e poder.
Veja mais:
- Cantico dei cantici, un convegno a Venezia
- Il Cantico dei cantici letto dalle tre grandi fedi
- Um olhar contemporâneo sobre o Cântico dos Cânticos
- O Cântico dos Cânticos: um exemplo de atividade exploratória na interface entre os estudos da tradução e os estudos da religião
- O CÂNTICO DOS CÂNTICOS
- Bíblia contém antigo poema erótico judaico cuja origem desafia especialistas
segunda-feira, 1 de novembro de 2010
O Cântico dos Cânticos: um exemplo de atividade exploratória na interface entre os estudos da tradução e os estudos da religião
Geraldo Luiz de Carvalho Neto (UFMG)
A Bíblia é um dos livros mais lidos no mundo e sua leitura não se limita ao exame de aspectos puramente religiosos, sua abrangência se estende aos domínios da história, geografia, costumes sociais entre outros. Porém, dentre seus leitores, nas palavras de GABEL e WHEELER (1993: 205), “nem a metade de um por cento leu as suas palavras reais”, visto que a Bíblia está escrita em línguas antigas, o hebraico, o aramaico (uma pequena parte dos textos) e o grego, a que apenas um pequeno número de pessoas tem acesso. No entanto, a expressão “palavras reais” enseja um conceito demasiado subjetivo e engloba uma discussão deveras polêmica sobre originais, manuscritos e tradição copista. Prefiro empregar, destarte, o termo texto hebraico para designar a língua de partida para os trabalhos de tradução de uma determinada edição da Bíblia hebraica, na dependência dos quais se encontram as possíveis leituras dos textos bíblicos para a maioria dos estudiosos e interessados através dos tempos. É nesta esfera que as fronteiras entre os estudos da religião e os estudos da tradução se tornam fluidas. Os estudos da tradução vêm apoiar o estudioso da religião em sua tarefa junto ao texto sagrado, com o objetivo de lhe fornecer um instrumento imprescindível para análise das escrituras, o que faz com que as possibilidades interpretativas se desdobrem através da tradução. >>> Leia mais, clique aqui.
Leia mais:
- Bíblia e tradução
- A transcriação bíblica em Haroldo de Campos
- Haroldo de Campos e Martin Buber como tradutores bíblicos
- A tradição interpretativa de rabinos e cabalistas, a crítica literária e a tradução
- O CÂNTICO DOS CÂNTICOS: Um Ensaio de Interpretação Através de suas Traduções
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- Do plurilingüismo em Babel ao ecumenismo na tradução bíblica: o caso da versão católica da Bíblia Sagrada - Nova Tradução na Linguagem de Hoje
- A sensibilidade na tradução bíblica: aspectos lingüísticos e socioculturais
- Qohelet/o-que-sabe: versos do Eclesiastes na tradução de Hadoldo de Campos analisados à luz da tradução comparada
- Gênesis capítulos 1 e 2, 1-4: um estudo de traduções e exegese
- Os olhos de Leia: polêmicas entre o sagrado e o profano na tradução da Bíblia
- Imaginário. Viagem e Tradução: Uma pequena história da tradução Bíblica na Antiquidade
- Poética do Traduzir
domingo, 31 de maio de 2009
Um olhar contemporâneo sobre o Cântico dos Cânticos
Revista 18 (Número 26, dez 2008 a Fev 2009): Um olhar contemporâneo sobre o Cântico dos Cânticos - Eliahu Toker: Neste surpreendente livro bíblico, em que a beleza do idioma hebraico atinge seu zênite e o nome do Criador não aparece uma vez sequer, os deleites do amor de um casal de jovens recebem sua mais sublime representação. >>> Leia mais, clique aqui.
domingo, 10 de maio de 2009
O CÂNTICO DOS CÂNTICOS

O CÂNTICO DOS CÂNTICOS: Um Ensaio de Interpretação Através de suas Traduções.
Geraldo Holanda Cavalcanti
Editora: EDUSP
Sinopse: Nenhum texto em toda a história mundial recebeu tantas traduções e interpretações como O Cântico dos Cânticos, afirma Geraldo Holanda Cavalcanti na apresentação de seu estudo sobre o texto bíblico. O fascínio que o texto sempre exerceu em poetas, em literatos e no público em geral rendeu-lhe, desde a Antigüidade até nossos dias, inúmeras traduções, análises e interpretações, marcando a literatura e a cultura ocidentais de forma significativa. Neste ensaio, o autor examina algumas das questões controversas que envolvem o texto, analisa a autoria, a questão da sacralidade, e as inúmeras correntes de interpretação desde a Antigüidade. O objetivo do autor é apresentar um texto de trabalho ou, como prefere, um exercício de compreensão com base no exame criterioso das mais modernas interpretações de estudiosos do assunto. Comentários analíticos acompanham a tradução, enriquecendo a compreensão e justificando as escolhas do tradutor.
segunda-feira, 7 de julho de 2008
Bíblia contém antigo poema erótico judaico cuja origem desafia especialistas
Cântico dos Cânticos celebra paixão entre namorados com imagens fortes e sensuais. Texto mal menciona Deus, mas passou a ser interpretado como símbolo do amor divino.
G1, Ciência e Saúde, em 06/07/2008.
Apesar da inclusão tardia no conjunto das Escrituras, há indícios de que o Cântico tem uma história antiga e complicada. As versões que conhecemos do livro trazem uma espécie de rubrica, dizendo que o livro é "o Cântico dos Cânticos de Salomão", rei de Israel que viveu por volta do ano
"Na Antigüidade era comum que alguns textos fossem atribuídos a personagens famosos, seja por representar uma continuidade dos seus ensinamentos ou por fazer alusão a momentos marcantes de sua vida ou da lenda gerada por eles", explica Humberto Maiztegui Gonçalves, doutor em teologia bíblica e clérigo da Igreja Episcopal Anglicana do Brasil cuja tese versou sobre o Cântico. Como Salomão, segundo a tradição israelita, teria amado inúmeras mulheres e tido grande gosto pela literatura, seu nome teria sido "atraído" para o poema. "Além disso, Salomão nasceu das loucuras de amor entre o rei Davi e Betsabéia, que era uma mulher casada, o que talvez também possa explicar essa idéia", lembra Rita Ló.
Reino do Norte
Apesar da referência aparentemente fictícia ao sábio Salomão, há no texto uma rápida menção à cidade de Tirza, que foi capital do Reino de Israel, ou Reino do Norte, uma das duas monarquias nas quais teria se dividido o território israelita após a morte de Salomão, por volta de
As teorias sobre a origem do livro são muitas. "Ele poderia ter sido composto de uma só vez, por um único autor, ou o que temos hoje é a composição de vários poemas de amor que 'menestréis' ambulantes cantavam nos casamentos das aldeias que percorriam", afirma Cássio Murilo Dias da Silva, doutor em exegese bíblica pelo Pontifício Instituto Bíblico de Roma e autor do livro "Leia a Bíblia como Literatura".
Com ou sem a participação de menestréis no surgimento do Cântico, um dos pontos surpreendentes no texto é a ênfase dada à voz feminina: em boa parte do texto, quem fala é uma jovem apaixonada e decidida, que procura seu amado pelas ruas da cidade, trama subterfúgios para fazer com que ele entre em seu quarto e anseia por encontrá-lo em meio à natureza, aos bosques e vinhedos, com descrições que evocam a natureza da terra de Israel na Antigüidade.
"Como a macieira entre as árvores dos bosques/Assim é meu amado entre os moços/À sombra de quem eu tanto desejara me sentei/E seu fruto é doce ao meu paladar/Ele me introduziu na sua adega/E a sua bandeira sobre mim é Amor!", declama a jovem. Em nenhum outro texto bíblico os pensamentos e desejos da mulher ocupam um lugar de tamanho destaque. Aliás, a impressão que o texto passa é que se trata de um casal de jovens namorados, e não que os dois sejam oficialmente casados.
"Para quem tenha uma visão da Bíblia com a masculinidade como centro, isso pode chegar a ser até escandaloso. Os homens participaram, no começo, como complemento", diz Humberto Gonçalves. Para o especialista anglicano, é possível dizer que as mulheres são as principais autoras da coleção de poemas do Cântico. "A pergunta é se sua autoria foi oral ou se chegaram a fixar a poesia por escrito", afirma ele. De fato, era raro que uma mulher do Oriente Médio antigo soubesse ler e escrever.
Amor humano, amor divino
Outra característica marcante do texto são os chamados "wasfs", longas comparações poéticas em que cada parte do corpo da amada ou do amado é comparada a um objeto, animal ou lugar. Trata-se de uma fórmula literária que também aparece na poesia amorosa árabe e do antigo Egito. Nesses trechos é que a sensualidade do poema fica mais explícita. "Tua fronte por trás do véu/É como uma romã aberta/Teu pescoço é como a Torre de Davi/Da qual pendem mil escudos/Teus seios são como dois filhotes gêmeos de gazela/Pastando entre os lírios", diz o amado em certo trecho.
"Sem dúvida, o sentido primeiro [do poema] é o amor humano, com tudo o que ele tem de paixão, crise, atração, desejo etc.", afirma Cássio da Silva. Por que, então, a inclusão do texto sensual no cânon sagrado? A explicação mais provável, sugerem os especialistas, é o fato de que a separação entre amor humano e amor divino que existe na cultura moderna era bem menos rígida na sociedade dos antigos israelitas. "No mundo antigo, tudo, inclusive as técnicas artesanais, o amor, a guerra e até os acordos políticos e diplomáticos tinham a ver com divindades", lembra Humberto Gonçalves.
"Não se pode separar a dimensão religiosa e mística do amor humano, porque, em larga escala, é o mesmo sentimento que Deus tem em relação a nós. O amor de duas pessoas reflete o amor com que Deus nos ama. Isso sem falar que o Cântico foi composto numa sociedade bem menos puritana e hipócrita do que a nossa", acrescenta Silva.
Rita Ló lembra que existia uma antiga tradição na qual o amor de Deus por seu povo escolhido de Israel era visto, de forma metafórica, como o casamento de dois seres humanos, o que impulsionaria essa interpretação mística do Cântico dos Cânticos. Por outro lado, Gonçalves diz que a sensualidade do poema pode refletir uma espiritualidade pagã que influenciou os israelitas nas épocas mais antigas. Afinal, os povos vizinhos, e provavelmente os próprios israelitas, adoravam deusas em rituais de fertilidade, o que explicaria em parte a importância feminina no Cântico. Nesse caso, a sexualidade quase explícita também teria um papel espiritual para os primeiros autores do texto.
Vida longa e próspera
De qualquer maneira, a própria sobrevivência do Cântico em épocas posteriores pode significar que ele teve um papel de "resistência" contra os aspectos mais machistas do judaísmo, diz Ló. "Após o exílio na Babilônia, houve um período de fechamento e o crescimento de uma visão muito negativa sobre o corpo da mulher, visto como fonte de impureza. O livro contraria isso", afirma a especialista.
De certa forma, a argumentação do Rabi Akivá ajudou a superar essa tensão, segundo Cássio da Silva. "Afinal, o amor humano vale ou não vale por si mesmo? É ou não é expressão do amor divino? Os rabinos responderam afirmativamente a essas duas perguntas. Tanto que, no calendário judaico, o Cântico dos Cânticos é lido na festa da Páscoa [a mais importante do judaísmo]. E aí entra a mística: o sentimento do amado pela amada e vice-versa ajuda a compreender o amor de Javé por seu povo, Israel, e nesse amor Javé desce do céu para tirar seu amado povo do Egito e dar-lhe a vida e a felicidade. De Israel, espera-se que corresponda ao amor de Javé e lhe seja fiel."
O cristianismo atualizou essa visão ao substituir "Javé" e "Israel" por "Cristo" e "Igreja" na equação: o amor do casal no poema virou também o símbolo do amor de Cristo por sua Igreja, vista como sua "noiva". Dessa forma, a influência do Cântico teve vida longa e acabou se estendendo ao último livro do Novo Testamento, o Apocalipse, na qual a metáfora praticamente conclui a Bíblia cristã.
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