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Rio de Janeiro, RJ, Brazil
Cláudia Andréa Prata Ferreira é Professora Titular de Literaturas Hebraica e Judaica e Cultura Judaica - do Setor de Língua e Literatura Hebraicas do Departamento de Letras Orientais e Eslavas da Faculdade de Letras da UFRJ.

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domingo, 16 de novembro de 2008

Profecia e Glossolalia no Cristianismo Primitivo do Primeiro Século Um Estudo em I Coríntios 14,1-19

Profecia e Glossolalia no Cristianismo Primitivo do Primeiro Século Um Estudo em I Coríntios 14,1-19

Sebastiana Maria Silva Nogueira

Dissertação de mestrado em Ciência da Religião (UMESP)

Data da defesa: 14/02/2008.

Resumo: Esta dissertação é um estudo sobre o fenômeno da profecia e da glossolalia no cristianismo primitivo a partir da Primeira Carta aos Coríntios. O movimento cristão emergiu como uma seita judaica, mas amadureceu em um contexto greco-romano, sendo profundamente alterado pela cultura e tradições ocidentais. Por um lado, sofreu as influências das tradições israelitas antigas e do Judaísmo do período do Segundo Templo, sendo herdeiro tanto das diversas manifestações revelatórias extáticas, apocalípticas, escatológicas e sapienciais, quanto da inteligibilidade e da autoridade como critérios de verificação da profecia. Por outro, sofreu as influências das tradições greco-romanas, embora em menor grau, visto que, no que diz respeito ao conceito e à atuação do profeta e à função social da profecia, há diferenças fundamentais em relação ao mundo helenístico. Tais divergências explicam, em parte, o conflito entre a compreensão de Paulo acerca da profecia e da glossolalia e a compreensão de certos grupos dentro da comunidade de Corinto que acentuavam a importância do êxtase como manifestação revelatória e, conseqüentemente, de um status privilegiado. De acordo com 1Cor 14,1-19, o critério distintivo para Paulo é a “edificação da assembléia”. Não se trata propriamente da superioridade de um dom sobre o outro, mas da sua utilidade no contexto cúltico. Quem fala em línguas ora a Deus e edifica a si mesmo, mas aquele que profetiza edifica, exorta e consola a assembléia. Neste sentido, é preferível profetizar a falar em línguas, a menos que sejam interpretadas. Do ponto de vista da Antropologia, a glossolalia é considerada, segundo alguns pesquisadores, um substrato de um estado alterado de consciência, observado principalmente nas mulheres, o que sugere uma presença significativa das mesmas na composição da comunidade de Corinto, inclusive nas posições de liderança. Do ponto de vista dos estudos sociológicos, os fenômenos extáticos manifestam-se sobretudo em grupos marginalizados, dotando-os de um poder místico que os fortalece em períodos de acentuada dilaceração do tecido social.


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terça-feira, 11 de novembro de 2008

O Evangelho Segundo Jesus Cristo: As Boas Novas de uma Consciência Infeliz.

O Evangelho Segundo Jesus Cristo: As Boas Novas de uma Consciência Infeliz.

Paulo Victor de Souza Rocha

Dissertação de Mestrado em Ciência da Literatura (Literatura Comparada), Faculdade de Letras, Universidade Federal do Rio de Janeiro, Rio de Janeiro, 2008.

Resumo: O presente trabalho aborda O Evangelho Segundo Jesus Cristo, obra do escritor português José Saramago, em seu aspecto dialógico e, no que se refere ao universo mítico do Cristianismo, extremamente contestador. Dentro dessa ótica, o livro em questão pode ser entendido como um romance moderno cujo empreendimento principal fundamenta-se em uma releitura dos evangelhos tradicionais encontrados no Novo Testamento. O diálogo que se estabelece entre as escrituras tradicionais e o evangelho moderno de Saramago caracteriza-se por intermédio de um amplo conflito entre dois modelos antagônicos de consciência: a consciência da salvação, nos evangelhos bíblicos, e a consciência do materialismo histórico, na obra do escritor português. No âmbito dessa releitura, encontram-se conceitos teóricos e construções filosóficas desenvolvidos pela modernidade: trata-se, no evangelho de Saramago, de uma perspectiva inovadora e, ao mesmo tempo, libertária. Nesse sentido, as filosofias de Jean-Paul Sartre, Michel Foucault e Friedrich Nietzsche tornam-se essenciais para a compreensão de uma mensagem que se encontra no universo ficcional do romance saramaguiano: a contestação de um amplo poder religioso presente nos evangelhos canônicos. Dentro dessa insatisfação com os modelos de representação tradicionais encontra-se O Evangelho Segundo Jesus Cristo: as boas novas de uma consciência infeliz.