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Rio de Janeiro, RJ, Brazil
Cláudia Andréa Prata Ferreira é Professora Titular de Literaturas Hebraica e Judaica e Cultura Judaica - do Setor de Língua e Literatura Hebraicas do Departamento de Letras Orientais e Eslavas da Faculdade de Letras da UFRJ.

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quinta-feira, 25 de dezembro de 2008

Tradições em perigo em Nazaré

Minoria cristã luta para manter viva sua cultura em cidade onde Jesus viveu


O Globo, Mundo, página 16, em 25/12/;2008 - Em Nazaré, cidade que viu Jesus crescer, os cristãos celebraram o Natal com o desejo de preservar sua identidade religiosa, minoritária em Israel e na comunidade árabe, de maioria muçulmana, e de evitar que a redução acelerada da população acabe com as tradições cristãs na região.


Apesar de a cidade de Belém, na Cisjordânia, atrair todas as atenções no Natal por ser o lugar em que, segundo a tradição, Jesus nasceu, Nazaré — encravada na região bíblica da Galiléia — também se enfeita para a comemoração.


Jesus, segundo relatos dos Evangelhos, passou quase toda a sua vida e fez seu primeiro sermão em Nazaré, na época um pequeno povoado cujo nome derivou o termo cristianismo nas línguas árabe e hebraica.


Mas o ambiente aparentemente festivo na cidade esconde o temor de que as tradições do lugar estejam com os anos contados.


— Sofremos perseguições e massacres há mais há dois mil anos, mas estamos aqui. Agora, corremos o risco de desaparecer, e nossas tradições vão junto. O pior é que ninguém está se importando — disse o cristão Fuad Farah.


Os árabes cristãos, que nos anos 70 eram 10% da população da Israel, hoje representam 1,7%, percentual que está diminuindo a cada dia. Nazaré, que em 1948, ano da fundação de Israel, tinha 57% da população árabe cristã, viu esse índice despencar para os 32% de hoje. Segundo especialistas em população, o número de árabes cristãos que deixa Israel não compensa o número de nascimentos. Se essa tendência não se reverter, as tradições cristãs poderão virar passado nas terras onde Jesus viveu.


Peregrinos retornam a Belém para o Natal

Enquanto isso, em Belém, milhares de peregrinos cristãos se reúnem esses dias em torno da Praça da Manjedoura sob forte esquema de segurança da Autoridade Nacional Palestina.


Cerca de 500 agentes chegaram de cidades da Cisjordânia como Ramallah e Jericó para garantir a segurança durante as festas de fim de ano.


— Esperamos 40 mil visitantes em Belém esta semana — informou Khouloud Daibes-Abu Dayyeh, ministro do Turismo palestino.


O turismo entrou em colapso após o início da segunda intifada, em 2000. Mas este Natal, a procura nos hotéis aumentou. Enquanto a Faixa de Gaza está à beira de uma grande crise com o fim da trégua entre o Hamas e Israel, o declínio da violência na Cisjordânia atrai turistas.


— A melhora na segurança significa que teremos números maiores. Estamos nos esforçando para restaurar o turismo — disse Dayyeh.



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