PELLETIER, Anne-Marie. Bíblia e hermenêutica hoje. Trad. Paula Silva Rodrigues. C. Silva. São Paulo: Loyola, 2006. Anne-Marie Pelletier ensinou lingüística geral e literatura comparada na Universidade de Paris-X. Em 1989 publicou nos Analecta Bíblica, em Roma, uma tese intitulada Lectures du Cantique dês cantiques. De l´Énigme du sens aux figures du lecteur. Ensina atualmente na École Cathédrale de Paris e também na École Pratique dês Hautes Études.
Segundo a autora Anne-Marie Pelletier, a Bíblia não foi escrita e inscrita apenas em uma conjuntura histórica que explica seu sentido. Ela também se vê às voltas com a história que, posterior ao texto escrito, constitui a seqüência de suas releituras e de sua recepção. Nesse processo de interpretação incide também, de geração em geração, o sentido das Escrituras. Da mesma forma, o trabalho hermenêutico já se percebe, desta vez, na origem das palavras que lemos, nas releituras e revisões dos registros e da experiência que geraram, desde o Primeiro Testamento, o texto bíblico.
A grande chance de nosso momento atual é a de receber da hermenêutica filosófica e da lírica literária importantes contribuições para aclarar tais realidades — estas últimas, aliás, foram sensíveis às gerações antigas de leitores da Bíblia. Assim, na senda dos pensamentos ou práticas contemporâneas como as de H.-G. Gadamer, P. Ricoeur ou R.Alter, a exegese bíblica abre-se a dimensões negligenciadas da história e do sentido. Ali se encontram, no seio de nossa modernidade, as vias de acesso para uma “leitura integral” das Escrituras.
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