O Deus rosiano: análise teológico-literária das imagens ambíguas de Deus em Grande Sertão: Veredas
Hugo Fonseca Alonso Júnior
Dissertação de mestrado em Ciências da Religião (UMESP)
Data da defesa: 23/03/2010.
Resumo: “Tudo é e não é”. Analisar algumas imagens ambíguas de Deus em Grande Sertão: Veredas foi o objetivo desta dissertação. Para tanto, essa análise é uma tentativa interdisciplinar de leitura e interpretação, em que Teologia e Literatura são interlocutoras. A partir do romance rosiano, sob à luz hermenêutica da crítica literária e da reflexão teológica, tentamos indicar que a escritura de João Guimarães Rosa apresenta Deus de modo ambíguo. Essa assertiva é possível, pois se percebeu na provisoriedade humana, poetizada pelo escritor e personificada por Riobaldo, o traço sine qua non do modo de ver “mundos misturados”. Ao rememorar e renarrar as estórias sua vida, Riobaldo abre espaço ao Mistério. “– Nonada”. Em cada travessia, o protagonista-narrador reflete acerca de “Deus”, por meio da fala poética cujas imagens diversas sugerem um “Deus muito contrariado”. Sem enquadramentos teológicos e/ou filosóficos definitivos, Rosa provoca-nos ao mostrar-nos que o “Deus que roda tudo” revela-se e evade-se no sertão-universo. Lugar físico-mítico. É no sertão que intentamos seguir os rastros de Deus segundo a íris riobaldiana. Olhar de constante movimento entre o obscuro e o revelado, entre o é e não é.
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