IHU (12/09/2009)
- Literatura: lugar de narrar Deus. ''Viva o povo brasileiro'' de João Ubaldo Ribeiro.Entrevista especial com Geraldo De Mori: “A literatura é um campo profícuo para falar de Deus porque tem a liberdade criativa e criadora, não se contentando em traduzir a realidade tal qual ela é dada, mas inventando novas formas de expressá-la e habitá-la. Por isso ela é lugar do sentido”. A opinião é do teólogo jesuíta Geraldo De Mori, na entrevista a seguir, concedida, por e-mail, à IHU On-Line. Analisando a obra Viva o povo brasileiro, escrita por João Ubaldo Ribeiro, ele localiza a formação da brasilidade na narração, apontando o papel “das divindades dos povos oprimidos, especialmente as das populações africanas, tornando ausente ou contranarrando o Deus cristão, associado à elite e à dominação”. Sobre a ausência ou silêncio do Deus cristão nessa narrativa, De Mori diz que ela pode ser compreendida “como uma opção do autor em escutar aqueles cujas vozes sempre foram caladas nos relatos oficiais da história de nosso país e em boa parte de nossa literatura”. Graduado em Filosofia e Teologia pela Faculdade Jesuíta de Filosofia e Teologia - FAJE, Geraldo De Mori é mestre e doutor em Teologia pelo Centre Sèvres, em Paris, França, com a tese Le temps: énigme des hommes, mystère de Dieu. Une poétique eucharistique du temps en contexte brésilien (Paris: Les Editions Du Cerf, ,2006). É um dos autores de Lavadeiras. Mulheres construindo um movimento (Salvador: Centro de Estudos e Ação Social, 1989). Em 16 de setembro ministrará o mini-curso Provocações para se "narrar Deus" a partir de Viva o Povo Brasileiro, de João Ubaldo Ribeiro, dentro da programação do X Simpósio Internacional IHU: Narrar Deus numa sociedade pós-metafísica. Possibilidades e impossibilidades. >>> Leia mais, clique aqui.
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