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Rio de Janeiro, RJ, Brazil
Cláudia Andréa Prata Ferreira é Professora Titular de Literaturas Hebraica e Judaica e Cultura Judaica - do Setor de Língua e Literatura Hebraicas do Departamento de Letras Orientais e Eslavas da Faculdade de Letras da UFRJ.

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terça-feira, 21 de julho de 2009

Shabat e a conservação do judaísmo. O sétimo dia faz renascer a quintessência e a partícula elementar do universo

Shabat e a conservação do judaísmo. O sétimo dia faz renascer a quintessência e a partícula elementar do universo

Aleksandra Lavor Serbim Umbelino

Mestrado em Antropologia (UFPE)

Data da defesa: 28/04/2003.

Resumo: Este estudo trata do ritual judaico do Shabat, visto aqui como um rito de passagem do momento profano para o sagrado. Shabat, que em hebraico significa repouso, é o período correspondente ao sétimo dia, o sábado. Como no calendário judaico o dia se inicia no final da tarde, o Shabat tem seu início no pôr do sol da sexta-feira, indo até o pôr do sol do sábado. Por ser um ritual milenar, é mostrada a sua origem, sua descrição, o espaço que ele ocupa no ciclo semanal judaico, a sua vivência ao longo de todo esse tempo de existência, e de que forma ele colabora para a manutenção do próprio povo e cultura judaica. É analisado como esta tradição ainda pode servir de referência de identidade, apesar de todas as mudanças sócio-culturais ocorridas através do tempo, seja pelas diásporas ou pelas necessidades de transformações e adaptações existentes na sociedade moderna. Para isso o estudo tem na etno-história em elemento fundamental para as análises feitas, o que faz desta uma pesquisa de cunho diacrônico e sincrônico. Como o foco é o Shabat na atual comunidade judaica do Recife, para a construção desta etnografia é buscado o espaço que esse rito ocupa em Pernambuco, desde o período quinhentista, época dos cristãos-novos e cripto-judeus em meio à inquisição, passando pela posterior formação da primeira comunidade judaica de Pernambuco, no século XVII, até emergir a segunda (atual) comunidade. Assim é possível compreender a dinâmica do Shabat, com seus resquícios de interculturalidade da sociedade local e sua vivência na comunidade judaica. Foi escolhido o Grupo Renascer (atualmente denominado de Congregação Israelita de Pernambuco - CIPE), para a realização do estudo sincrônico. A idéia central reside na afirmação de que, apesar do Shabat se apresentar na atual comunidade de forma tênue, dando uma possível percepção de sua fragmentação devido às mudanças sócio-culturais, ele continua com a mesma força que sempre fez dele um rito de integração do povo e perpetuação dos valores judaicos. A sua mudança é tida como um fenômeno necessário para que ele permaneça. Deste modo, a compreensão do objeto é construída a partir dessa dialética entre mudança X continuidade. Os conceitos principais trabalhados são os de: identidade, tradição e memória social. Todo o âmbito da pesquisa é feito a partir do olhar da antropologia simbólica e do imaginário, sendo utilizados também os seguintes instrumentos da antropologia complexidade: a migração de conceitos e a metáfora. Através desses instrumentos é construída uma ponte entre os fenômenos antropológicos em questão com a história e leis da química. Deste modo, o escrever metafórico e os conceitos utilizados gerarão em torno do universo alquímico, especificamente os quatro elementos (fogo, água, terra e ar), a busca pelo quinto elemento (ou Quintessência), e o desenvolvimento da química moderna, destacando a Lei da Preservação da Matéria (de Lavoisier) para mostrar que embora a expressão da tradição do Shabat tenha se transformado, este ritual continua servindo como elemento fundamental para a conservação do judaísmo.

Um comentário:

pedrokarneiro disse...

Olá.
Estou pesqusando meus antepassados e gostaria muito de descobrir a origem judaica da família Umbelino.
Como a autora Aleksandra é também da família Umbelino, gostaria de obter informações mais detalhadas, pois na internet apenas encontro pequenas sombras, mas nada que me auxilie na minha pesquisa familiar.
Shalom,
Pedro Jr.