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Rio de Janeiro, RJ, Brazil
Cláudia Andréa Prata Ferreira é Professora Titular de Literaturas Hebraica e Judaica e Cultura Judaica - do Setor de Língua e Literatura Hebraicas do Departamento de Letras Orientais e Eslavas da Faculdade de Letras da UFRJ.

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segunda-feira, 30 de junho de 2008

Hebrew Cantillation Marks

Hebrew Cantillation Marks
A short description of the Hebrew cantillation marks (ta’amim) and their usage for structuring the Bible text, by Helmut Richter.

A short description of the Hebrew cantillation marks and their usage for structuring the Bible text is given. The problems of their representation in modern character codes are briefly outlined. The article contains also tables with the Unicode and the Michigan-Claremont codings of the cantillation marks. Cantillation, which obviously is the purpose of cantillation marks, is not treated here.


Veja mais:

FERREIRA, Cláudia A.P. O pacto da memória: interpretação e identidade nas fontes bíblica e talmúdica. Tese de Doutorado em Ciência da Literatura (Poética). Rio de Janeiro, UFRJ/Faculdade de Letras, 2002. Páginas 48-49:

A acentuação massorética foi criada pelos massoretas, os escribas, antigos mestres fariseus, que preservavam o texto bíblico. Como o alfabeto hebraico só possuísse consoantes, os massoretas criaram no século IX um tipo especial de vogais, na realidade pontos e traços, colocados acima, ao lado e abaixo das consoantes, permitindo desta forma uma prosódia adequada do texto bíblico preservando o seu sentido. Os massoretas também criaram símbolos para os acentos musicais, chamados de taamim, que significa, literalmente “gostos”; denominados às vezes, neguinot “notas” ou “melodias”.[1]

Esta acentuação constituía um sistema de notação musical para o cântico do texto hebraico nas leituras públicas da Torá (Pentateuco).[2]

A entoação do texto bíblico por meio dos acentos colocados acima e abaixo das sílabas hebraicas pode ser descrita como uma forma de declamação musical, realizando a fusão da palavra com a melodia. Os taamim assemelham-se grandemente às neumas, o sistema de sinais musicais que a Igreja Bizantina foi a primeira a adotar. As neumas e os taamim apareceram no século IX: ambos representavam sistemas rudimentares e inexatos de notação de cantigas. Os taamim eram indicações ligeiras ao leitor ou entoador: eles sugeriam quando elevar, abaixar ou sustentar a voz, ou quando deveria fazer uma pausa longa ou breve. Este sistema de notação não colocava a ênfase na música, mas nas sílabas das palavras hebraicas do texto, o ritmo provinha das sílabas que havia no cântico. Com o tempo, tropos ou grupos de notas foram justapostos para a ornamentação das sílabas mais significativas visando dar-lhes maior ênfase musical e aprimorar o texto.

Os taamim não indicavam valores dinâmicos precisos em tom e em tempo e não tinham escala nem ritmo. Não havia ordem na seqüência de sons. O leitor-cantor não obedecia a regras, mas simplesmente improvisava elevando, baixando e sustentando as notas, e fazendo pausa quando os sinais indicavam que devia fazê-lo. O leitor-cantor repetia o esquema tal como aprendido a entoar segundo a tradição oral.

Surgiram várias formas de salmodias judaicas em diferentes países de acordo com diferentes correntes da tradição musical judaica. Os taamim ainda são usados na leitura em cantilena do texto bíblico.[3]

Conhecer a função de cada sinal, conjuntamente, com a passagem bíblica, nos permite compreender o sentido do texto muito além de apenas considerarmos regras gramaticais e as palavras isoladamente.



[1] Os acentos hebraicos servem basicamente a três propósitos: 1) Eles marcam a tonicidade da palavra. Ela geralmente será a última sílaba da palavra, mas também poderá ser a penúltima. 2) Eles regulam a recitação dos textos bíblicos, pois os rolos de textos bíblicos lidos nas sinagogas não têm pontuação, e as vogais e os acentos são recitados de memória. 3) Eles servem como sinais de pontuação, mostrando como era percebida a estrutura da frase por ocasião quando foram colocados no texto. Como sinais de pontuação, os acentos podem ser disjuntivos, que separam, ou conjuntivos, que ligam. Esses sinais nos ajudam a identificar as partes que compõem uma frase hebraica e são, desta forma vital para a compreensão do sentido do texto.
[2] A leitura do texto bíblico é ainda realizada nos dias atuais na forma de canto.
[3] Veja no link Navigating The Bible uma das possibilidades de cantilação do texto hebraico bíblico.

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