P.17. Na época selêucida, a comunidade judaica leva o nome oficial de ethnos tôn Iudaiôn. O território dessa “nação dos judeus” se estende até o Jordão e o Mar Morto a leste. Limitado pela Iduméia ao sul, não vai além de Betsur, no caminho de Hebron a Jerusalém. A oeste, não alcança a costa, mas pára além de Lida. Ao norte, o limite entre a Judéia e a Sarnaria começa pouco depois de Modin, a aldeia dos macabeus, Betel e Jericó. Trata-se, pois, de um território de dimensões modestas, que quase não ultrapassa o da cidade de Jerusalém.
Com o tempo, a política de anexação dos hasmoneus teve por efeito dar a esse território uma extensão considerável. Por ocasião da morte de Alexandre Janeu, em 76 a.C., o reino hasmoneu comporta, além da Judéia, a Sarnaria, a Galiléia, a Iduméia, o litoral do monte Carmelo até Rafia, e além do Jordão e do Mar Morto uma faixa de território que se estende da Gaulanítide ao norte até o país de Moab ao sul.
Depois da intervenção romana e da dominação da Judéia, sob o controle de Roma, o reino de Herodes Magno, “amigo e aliado do povo romano”, volta a ter as dimensões do tempo de Alexandre Janeu. São P.18. acrescentadas a Batanéia, a Traconítide e a Auranitide, a leste do lago de Genesaré.
Essa expansão territorial foi acompanhada de uma política de judaização das regiões anexadas. Vêm agregar-se à Judéia regiões mais ou menos recentemente judaizadas: assim a Iduméia na época de João Hircano (134-104); o norte da Galiléia na época de Aristóbulo I (104-103), ou muito mais recentemente, na época herodiana, as regiões situadas a leste do lago de Tiberíades. Aparecem, pois, no interior do país judaico, disparidades regionais, históricas, acompanhadas muitas vezes de particularidades halákhicas. Em suma, um território de limites flutuantes, de estatutos políticos múltiplos e cambiantes, de regionalismos fortemente marcados.
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